MEC distribui laptops para secretarias municipais de Educação

Os 905 computadores distribuídos contêm instruções sobre os programas do Ministério da Educação

Agência Brasil

BRASÍLIA - O
Ministério da Educação começou a distribuir 905 laptops para os secretários municipais de Educação que estarão reunidos em Brasília até sexta-feira, 6. Os computadores portáteis contêm instruções sobre os programas do MEC.

Além da distribuição dos computadores, o MEC e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) dará palestras aos secretários dos estados de Goiás, do Maranhão, de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Piauí sobre o funcionamento do aparelho.

De acordo com a assessoria do ministério, cada computador portátil custou entre R$ 1.200 e R$ 1.500 para o governo federal. Os secretários que receberem os computadores terão prazo de 60 dias para enviar ao MEC cópia do documento que declare o laptop como patrimônio da Secretaria Municipal de Educação.

Para o secretário executivo do MEC, Henrique Paim, a distribuição dos laptops é uma maneira de levar a inclusão digital aos municípios. "O laptop envolve todo o trabalho que estamos fazendo de informatização. Essa ação visa a atingir o gestor de educação. Estamos distribuindo os laptops que contêm um conjunto de informações necessárias para o trabalho das secretarias. Como são muitas informações, é mais interessante que fique dentro de um equipamento que o secretário possa usar".

Segundo a presidente da Undime, Justina Iva, embora o governo federal pudesse fornecer as informações de outra forma, a entrega dos laptops é uma forma de incluir os municípios na era da informática. "É louvável essa iniciativa do MEC. É lógico que poderia ser entregue de outra forma, mas ocorre que a grande maioria dos secretários municipais não tem laptop. Em alguns municípios, não tem sequer computadores, então essa é uma providência muito interessante como forma de inclusão digital. Investir na educação não é gastar, é investir."

A secretária municipal de Educação de Santo Amaro do Maranhão (MA), Glacimar Facundes, afirmou, com o laptop em suas mãos, que o computador portátil será muito útil para o desenvolvimento do município.

"Na secretaria do meu município nós temos computadores, mas não laptops. Ele será muito útil porque é uma forma de estarmos sempre em comunicação com os órgãos e informados sobre os programas do MEC", disse.

Paralelamente ao encontro em Brasília, está sendo realizada reunião em Florianópolis (SC) com os secretários municipais de Educação de Santa Catarina e do Paraná.

A iniciativa faz parte de uma série de reuniões que o MEC e a Undime vão promover até 3 de abril para a capacitação dos secretários.

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O papel do registro na formação do educador

Madalena Freire

"o que diferencia o homem do animal é o exercício do registro da memória humana" Vygotsky
O educador no seu ensinar, está em permanente fazer, propondo atividades, encaminhando propostas aos seus alunos.

Por isto mesmo sua ação tem que ser pensada, refletida para que não caia no praticismo nem no "bomberismo pedagógico".

Esta ação pensante, onde prática, teoria e consciência são gestadas é de fundamental importância em seu processo de formação.

Contudo, não é todo educador que tem apropriado seus desejos, seu fazer, seu pensamento na construção consciente de sua prática e teoria.

Como despertá-lo deste sonho alienado, reprodutor mecânico de modismos pedagógicos?

Como formá-los para que sejam atores e autores conscientes de seu destino pedagógico e político? Como exigir que já estejam prontos para determinada prática pedagógica se nunca, ou muito pouco, exercitaram o seu pensar reflexivo e a socialização de suas idéias?

O registro da reflexão sobre a prática constitui-se como instrumento indispensável à construção desse sujeito criador, desejante e autor de seu próprio sonho. O registro permite romper a anestesia diante de um cotidiano cego, passivo ou compulsivo, porque obriga pensar.

Permite ganhar o distanciamento necessário ao ato de refletir sobre o próprio fazer sinalizando para o estudo e busca de fundamentação teórica.

Permite também a retomada e revisão de encaminhamentos feitos, porque possibilita a avaliação sobre a prática, constituindo-se fonte de investigação e replanejamento para a adequação de ações futuras.

O registro permite a sistematização de um estudo feito ou de uma situação de aprendizagem vivida. O registro é História, memória individual e coletiva eternizadas na palavra grafada. É o meio capaz de tornar o educador consciente de sua prática de ensino, tanto quanto do compromisso político que a reveste.

Mas não é fácil escrever e refletir sobre nossa ação de ensino. No decorrer destes anos, desde 1979, tanto no acompanhamento da reflexão de educadores, como no meu exercício permanente de reflexão e registro sobre a minha própria prática, tenho me certificado da importância desse exercício no processo de apropriação do pensamento.

A seleção, por cada um, do que é relevante ser registrado se faz lenta e gradual. A princípio não há clareza sobre as prioridades, sobre o que é importante guardar para além da lembrança, as vezes vaga, que pode ser guardada pela memória imediata.

No processo de formação de educadores entendemos ser de extrema importância o desenvolvimento do registro enquanto ação sistemática e ritual do educador. Nesse sentido, nossa proposta no curso de formação estrutura-se de forma a propiciar esse exercício, primeiramente, através da escrita sobre a aula, da sua síntese, que exige o exercício do registro em dois momentos distintos: primeiro, no ato mesmo da aula e depois, já distanciado dela.

No primeiro momento, o exercício de observação e escuta subsidiam o registro apontando para os dados mais relevantes e significativos. Na aula, os educadores em curso observam as ações de ensino bem como a dinâmica constituída pelo grupo e acompanham a discussão dos conteúdos tratados.

O registro posterior, longe do espaço/tempo em que ocorreu a ação, caracteriza um outro e distinto movimento reflexivo. É nesse momento que os dados coletados podem ser interpretados lançando luzes à novas hipóteses e encaminhamentos, tanto no que diz respeito as ações de ensino, quanto no que aponta para as necessidades da aprendizagem. Dessa maneira, o educador, leitor e produtor de significados, cerca com rigor o seu pensar estudioso sobre a realidade pedagógica.

Mas não basta registrar e guardar para si o que foi pensado, é fundamental socializar os conteúdos da reflexão de cada um para todos. É fundamental a oferta do entendimento individual para a construção do acervo coletivo. Como bem pontuava Paulo Freire, o registro da reflexão e sua socialização num grupo são "fundadores da consciência" e assim sendo, sem risco de nos enganarmos, são também instrumentos para a construção de conhecimento.

Nesse aprendizado permanente de escrever e socializar nossa reflexão valendo-nos do diálogo com outros, sedimenta-se a disciplina intelectual tão necessária a um educador pesquisador, estudioso do que faz e da fundamentação teórica que o inspira no seu ensinar.

O registro é instrumento para a construção da competência desse profissional reflexivo, que recupera em si o papel de intelectual que faz ciência da educação.

Escola: espaço de cultura e formação

Vive-se, hoje, um momento bastante diverso e não menos difícil. Não há mais um porto seguro nem verdades que nos sustentem. O futuro é incerto, e o presente se mostra, em função de todas as mudanças e na velocidade em que se apresentam, quase invariavelmente, como um grande desafio a ser enfrentado, para o qual nem sempre dispomos dos recursos necessários.

Neste contexto, múltiplo, conflituoso e incerto, inscreve-se a escola, e não são poucos os constrangimentos enfrentados pelos educadores no cotidiano das instituições de ensino.

A realidade com a qual se defrontam os educadores se manifesta terrivelmente adversa e contrária a tudo o que foi dito e ensinado na formação inicial. Freqüente-mente, o educador se sente perdido e jogado à própria sorte, tendo que encontrar, por sua conta e risco, as saídas possíveis. O contato travado com a realidade produz a oferta de outros modelos e abala crenças antes defendidas. No momento atual, a realidade das práticas e do universo do ensino ganha matizes inusitados.

Os educadores sentem-se traídos pela sorte e pelas promessas da formação. O inconsciente coletivo da categoria ainda espera por um aluno ideal, atencioso, estudioso, disposto a responder com presteza às solicitações do professor e a comprometer-se integralmente com os deveres, aos quais a condição discente o obriga. Diante desse aluno, seria possível aos educadores ver cumprido, a contento, o seu papel, este ainda não totalmente liberto do perfil missionário de décadas atrás, por terem constituído primeiro o bom aluno e, na seqüência, o bom cidadão, correspondendo, através de sua atuação docente, aos ideais redentores da escola.

Por outro lado, o lugar de autoridade inconteste, anteriormente ocupado pelo educador e legitimado pela sociedade e pela família, se relacionava não só ao domínio que este possuía sobre o conhecimento, mas à situação diferenciada em que se encontrava em relação ao aluno. Ele não era igual ao aluno, em nada. Dele, diferenciava-se pela postura assumida, pelas experiências acumuladas, pelo padrão e pela diversidade das referências culturais com as quais chegava à sala de aula, pela linguagem que utilizava, tanto quanto pelo conhecimento do qual era portador.
Em função das muitas variáveis históricas que pontuaram a trajetória da educação e, de roldão, a de seus agentes, justificada, sobretudo, pelo processo de proletarização crescente vivido pelo professor, a autoridade inconteste, também simbólica, deixou de existir.

Sem a intenção de produzir indevidas generalizações cremos que o professor hoje, em larga medida, confunde-se com o aluno e compartilha com ele da mesma cultura disseminada em âmbito mundial: a de massas. Possui os mesmos gostos e preferências e fala a mesma linguagem de jargões, não necessariamente por gostar dela, antes, talvez, por considerá-la instrumento de aproximação com o grupo de alunos. Assiste aos mesmos programas de TV e aos mesmos e poucos filmes, invariavelmente, aventuras hollywoodianas. Lê pouco, quase nada, um ou outro best seller. São pouco freqüentes suas idas a exposições e a museus e possui restrito repertório musical. O modelo que deveria ser oferecido pelo educador, diferenciado dos usuais, com os quais os alunos estão familiarizados e que já não lhes ensinam mais nada, deixou de existir.

Desta feita, a barbárie, a "terrível sombra de nossa existência", assim nomeada e descrita por Adorno, caracterizada como o contrário da formação cultural, através da banalização dos valores, da disseminação dos tabus e preconceitos, e da opressão e desumanização do homem, instala-se e atinge também o profissional da educação. Combatê-la implica na "desbarbarização das pessoas", e essa é uma tarefa a ser realizada pela escola e pelo conjunto dos educadores, através da desconstrução dos estereótipos que minam o cotidiano e do compromisso com a valorização e ressignificação da cultura, a fim de que seja possível revitalizar o espaço escolar.

Neste sentido, é tarefa da formação contínua pensar a escola como instituição cultural e considerar o currículo de formação do educador para além dos limites da reflexão sobre estratégias didático metodológicas de aplicabilidade imediata no âmbito da sala de aula.

Bibliografia sobre Formação de Educadores

ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
ALARCÃO, Isabel (org). Formação reflexiva de pro- fessores: estratégias de supervisão. Porto: Porto Editores, 1996.
CANÁRIO, Rui (org). Formação e situações de trabalho. Porto: Porto Editores, 1997.
BUENO, Belmira; CATANI, Denice e SOUSA, Cynthia (orgs). A vida e o ofício dos professores. São Paulo: Escrituras, 1998.
CAMARGO, Fátima. A formação contínua e a prática do educador: a (re)criação dos paradigmas produzidos no processo da aprendizagem em serviço. Dissertação (mestrado). Faculdade de Educação/USP, 2001.
CONTRERAS, José. La autonomia del profesorado. Madrid: Morata, 1997.
DEWEY, John. A arte como experiência. México: Fondo de Cultura Econômica, 1949.
ESTEVE, José Manuel. O mal estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. São Paulo: EDUSC, 1997.
FUSARI, José Cerchi. Formação contínua de educadores: um estudo de representações de coordenadores pedagógicos da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Tese (doutorado). Faculdade de Educação/USP, 1997.
____ A educação do educador em serviço: o treinamento dos professores em questão. Dissertação (Mestrado). PUC/SP, 1988.
GATTI, Bernadete. Formação dos professores e carreira. Campinas: Autores Associados, 1997.___ Formação de professores e carreira: problemas e movimentos de renovação. Campinas: Autores Associados, 1997.
GIROUX, Henry. Os professores como intelectuais: rumo à uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas,1997.
MARTINS, Mirian Celeste. Arte - o seu encantamento e o seu trabalho na educação de educadores: a celebração da metamorfose da cigarra e da formiga. Tese (doutorado). Faculdade de Educação/USP, 1999.
NÓVOA, A. (org). Os professores e sua formação. Lisboa. Dom Quixote, 1992.___ Profissão professor. Porto: Porto Editora, 1995.
OLIVEIRA, Newton Ramos de. Reflexões sobre a educação danificada. In: ZUIN, Antonio Álvaro Soares (org) A educação danificada - contribuições à teoria crítica da educação. Petrópolis/São Carlos: Vozes/UFSCAR, 1998.
PÉREZ GOMES, A. E SACRISTAN, J.G. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
PERRENOUD, Philippe. Prática pedagógica, profissão docente e formação: perspectivas sociológicas. Lisboa: Dom Quixote, 1997.
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SALLES, CECILIA Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artística. São Paulo: FAPESP: Annablume, 1998.
SCHÕN, Donald A. Educando o profesor reflexivo. Porto Alegre: Artmed, 2001
ZEICHNER, Kenneth. A formação reflexiva de professores: idéias e práticas. Lisboa: Educa, 1993.

Downloads de novo Windows multiplicam-se na internet

Colaboração para a Folha Online

Já são milhares os internautas em todo mundo que compartilham na internet o Windows 7, nova versão do sistema operacional da Microsoft que ainda não foi lançado oficialmente. Cópias do programa podem ser baixadas por meio de arquivos torrent, em que partes do arquivo podem ser acessadas por outros internautas assim que são baixadas para o computador de cada usuário.

Um dos sites que disponibilizam links de download para o programa é o Pirate Bay, onde existem cerca de 10 cópias e mais de 10 mil usuários que compartilham o programa inteiro ou partes dele.
No Mininova, que também lista usuários que liberam o programa, são mais de 20 cópias disponíveis e quase 25 mil usuários que contêm partes armazenadas em seus computadores para compartilhamento.

Muitas das cópias trazem a mesma versão do programa, de testes, que vazou na internet nos últimos dias antes do planejado pela Microsoft. Nos sites citados, no entanto, há vários comentários de vários usuários que instalaram o programa e disseram que a versão não traz todos os recursos do novo sistema operacional.

Apesar da pirataria, especialistas apontam que as cópias disseminadas podem beneficiar a companhia. O site "Digital Journal" afirma, por exemplo, que "para usuários, isso significa que o Windows 7 será um sistema muito estudado quando sair [oficialmente]", sugerindo que a Microsoft tem conhecimento das cópias.

A Microsoft vai lançar o programa oficialmente no dia 7 de janeiro em Las Vegas. O evento, que terá a participação dos principais dirigentes da companhia, Steve Ballmer and Robbie Bach, será transmitido ao vivo pela internet.

Novidades
Entre as novidades já anunciadas pela Microsoft estão as mudanças na barra de tarefas do Windows, que deve ter menos botões - a empresa afirma que vai retirar os 'redundantes'.

Os usuários poderão arrastar os ícones de documentos e programas, para organizá-los na ordem de preferência. Um clique em ícones de programas, usando o botão direito do mouse, vai relevar informações como documentos recentes produzidos com o software.

A empresa informou também que a próxima versão do pacote de softwares Office irá incluir uma versão para que os documentos de texto e planilhas funcionem dentro de um navegador da internet.
A medida é uma resposta à rival Google, que disponibiliza gratuitamente o Google Docs, com editor de texto e planilha e software de apresentação através da internet.

Fonte – Folha Informática
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